Nos 35 anos passados desde a publicação do célebre e fundamental “Relatório Brundtland”, pelas Nações Unidas, só foi tornada mais evidente e clara a necessidade de ação definitiva, contundente e urgente, no combate aos impactos nefastos da atividade Humana no ambiente lato sensu. E de entre essas atividades danosas, a energia usada nos, e para, os nossos ambientes construídos, é responsável, sem dúvida, direta e indiretamente, por uma das maiores parcelas. Enquanto o apelo à ação se vai ouvindo ao nível global, a ação concreta, política e executiva, tem de se fazer, a começar com o respeito e a sensibilidade pelos valores e realidades vernaculares, culturais e económicas, que o sítio exige por si e pela sua quota-parte para o todo do Planeta.
É neste contexto que se justifica a oportuna necessidade deste livro, que se apresenta como uma compilação e reflexão sobre o conhecimento e experiência adquirida pelos autores, ao longo de mais de 40 anos de investigação e consultoria na articulação harmoniosa dos problemas nas áreas da energia, saúde e sustentabilidade associadas à gestão do ambiente construído português. Isto é, não deixando nenhum responsável de fora desta missão que parte da realidade da fragilidade, tantas vezes sublinhada, do ambiente em geral e do Planeta em si mesmo, que requer a solidariedade de todos.
E aqui, há que combater as tentações “gadgéticas” a todos os níveis e procurar assumir a bondade das ações a empreender no sentido de satisfazer as necessidades de hoje sem descurar a salvaguarda do futuro. Ora, isto requer um rigor que não se vê na linguagem política e, infelizmente, também não na ação dos profissionais das problemáticas energéticas, ambientais e da saúde e, latu sensu, da política, como da informação e da comunicação em geral. A cacofonia das terminologias sobre a energia dá disso uma imagem confrangedora ao chamar à eletricidade “a energia”, quando aquela é apenas uma forma de energia, “simpática” é certo, mas uma forma de energia entre muitas. Por isso, Semanários e TVs de elevadas audiências deveriam ser mais cautelosos e respeitosos do tema, mesmos que isso não lhes pague mais.
Tentando não cair em modas ou tendências e analisando a situação ab initio, os autores apresentam e discutem os princípios científicos base, comentam e questionam a realidade recente do desenvolvimento urbano e da construção em Portugal, invocando o vernacular e o atual, e sugerem abordagens e perspetivas que ajudarão, de forma consciente e eficaz, a transformar os espaços urbanos e os edifícios para um futuro inclusivo e amplamente respeitador dos valores sociais, económicos e ambientais da nossa realidade portuguesa e da nossa responsabilidade global.
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