Em silêncio, no alto do monte de S. Filipe (antigamente, S. Gens), o Mosteiro de São Martinho de Tibães ainda vigia as suas gentes lá em baixo. Palco de momentos célebres para os habitantes das freguesias rurais que o rodeiam, a sua presença impõe-se nas suas vidas.
Ao monumento de Braga, hoje classificado como Imóvel de Interesse Público, está intimamente ligada a história da família de alcunha «Casais», que fundou, há sessenta anos, aquela que é atualmente uma das maiores empresas do país e a nível internacional no setor da Construção e Engenharia Civil: a Casais.
A própria origem da alcunha estará no convento. Implantado num pequeno outeiro, afastado da população, recebeu, no século XII, a Carta de Couto por D. Henrique e D. Teresa. A sobrevivência do mosteiro ficou, então, garantida pela aquisição de terras e bens, o que fez com que, ao longo de séculos, se tornasse proprietário de um vastíssimo património. Pode dizer-se, porém, que a ligação da população com o monumento barroco só começou no século XVI, quando a «Congregação dos Monges Negros de São Bento dos Reinos de Portugal», a mais rica do país, fez dele a sua casa-mãe.
Os Beneditinos entregaram as várias terras a caseiros para as trabalharem em troca do pagamento da renda em géneros. Maria Rosa da Cunha, agricultora de Padim da Graça, freguesia vizinha do mosteiro, terá sido rendeira dos monges, no século XVIII.
As terras que os caseiros da Ordem Beneditina trabalhavam eram vulgarmente chamadas de «casales», que, pela evolução da língua, deu origem a «casais». Isto explicará a existência do nome nas regiões por onde passou a ordem. Maria, trisavó de António Fernandes da Silva, é a primeira pessoa da família cuja alcunha «Casais» surge em registos civis.
Em 1958, o Mestre António Casais fundou, com três dos seus onze irmãos, a empresa com a designação de “António Fernandes da Silva & Irmãos, Lda”, hoje constituída em grupo, com sede em Mire de Tibães. Este foi o local que viu crescer a família e o negócio, contando hoje com a administração e gestão da 2.ª e 3.ª gerações.
Foi com trabalho, arrojo, empenho e dedicação que os fundadores, principalmente o Mestre António Casais, com a ajuda das gerações seguintes, sem olhar a meios e a horários, por vezes sacrificando as suas próprias famílias, e também com a ajuda de todos os trabalhadores e colaboradores mais diretos, souberam sempre ultrapassar as contrariedades.
Em 2004, na qualidade de Patrono da Família Casais, o Mestre Casais realizou a sua mais visionária medida através da promoção, criação e assinatura do Protocolo Familiar Casais. O documento, assinado por todos os membros da família, expressa a firme vontade de dar continuidade ao património empresarial conseguido por todos com muitos sacrifícios e ao longo de quase meio século, viabilizada pelos seguintes pressupostos:
- A manutenção da união da Família;
- A perpetuação da empresa na Família;
- O respeito pelo interesse dos Fundadores e da segunda geração composta pelos cinco irmãos;
- A continuidade do sonho empresarial dos atuais acionistas;
- O fortalecimento do sentido de compromisso de todos os membros da Família;
- O orgulho de ser uma empresa Familiar;
- A garantia da segurança económica da Família;
- O estímulo do gosto de trabalhar na empresa da Família das atuais e próximas gerações;
- A preservação do know-how e do modelo de gestão introduzido pela Família ao longo da história da empresa, que poderá ser uma mais-valia para o crescimento e desenvolvimento da mesma, para as próximas gerações.
A grande força da Casais e a sua mais-valia traduzem-se, sem dúvida, na demonstração da seriedade, honestidade e humildade que distinguiram os seus fundadores. Os obreiros desta empresa deixaram um património empresarial de grande valor e, ao mesmo tempo, um desafio interessante, mas de grande responsabilidade para as gerações seguintes, as quais já hoje labutam com muito empenho, herdeiros da segunda e terceira gerações, lado a lado, com o principal objetivo de continuar a obra e o sonho do Mestre Casais.
Princípios de gestão, referência ética e cultural, alicerçada na Visão e Missão delineadas, constituem-se numa ciência empresarial formada por Valores, Atitudes e Comportamentos. Parâmetros esses nascidos da Herança e da Tradição, erguida pela mestria dos ensinamentos do passado e aprimorada pela prática quotidiana, sempre com o propósito de servir os Clientes e de produzir riquezas económicas e sociais. Este é o principal património intangível da Organização.